Questões
para reflexão: Por que
olhar por partes, sem antes compreender o todo? Porque enxergar a deficiência,
antes mesmo de saber mais sobre aqueles que não andam, não enxergam ou não
ouvem? Porque apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que
ele tem a oferecer?
O modelo
dos modelos
Houve na vida do senhor Palomar uma época em que sua regra era esta:
primeiro, construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico
possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos
observáveis na experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para
que modelo e realidade coincidam. [..] Mas se por um instante ele deixava de
fixar a harmoniosa figura geométrica desenhada no céu dos modelos ideais,
saltava a seus olhos uma paisagem humana em que a monstruosidade e os desastres
não eram de todo desaparecidos e as linhas do desenho surgiam deformadas e
retorcidas. [...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando:
agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis
uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que
se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades
distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o modelo dos
modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos transparentes,
diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para dissolver os
modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio. Neste ponto só restava a
Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos. Completado também
esse passo, eis que ele se depara face a face com a realidade mal padronizável
e não homogeneizavel, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”.
Para fazer isto, melhor é que a mente permaneça desembaraçada, mobiliada apenas
com a memória de fragmentos de experiências e de princípios subentendidos e não
demonstráveis. Não é uma linha de conduta da qual possa extrair satisfações
especiais, mas é a única que lhe parece praticável. (Italo Calvino)
Pudemos perceber que assim como procedeu o senhor palomar na reconstrução
de seus modelos, o serviço do AEE também deve se configurar, considerando as
peculiaridades e singularidades de cada aluno que necessitam do serviço, pois
estes mesmo que tenham a mesma deficiência podem precisar de atendimentos diferenciados.
O AEE terá como princípio básico de seu planejamento não a observação das
causas, do diagnóstico ou o prognóstico da possível deficiência do aluno, pois
antes da deficiência, existe uma pessoa, o aluno com uma história de vida,
singular, com desejos próprios e diferenças.
Podendo por exemplo, existir aqueles que necessitam frequentar a SRM
mais vezes, outros menos, ser o atendimento individual e/ou coletivo para um e
para outro não necessariamente.
No AEE
não existi por tanto um roteiro pré - estabelecido, uma receita, uma fórmula de
atendimento pronta, indicada igualmente para todos, sendo assim, para cada
aluno haverá um tipo de recurso a ser utilizado com ele e para ele, uma duração
de atendimento, um plano de ação que garanta sua participação e aprendizagem
nas atividades pedagógicas.
Olá! Marinete
ResponderExcluirParabéns pela sua reflexão, pois realmente para cada aluno devemos estabelecer um plano onde trabalharemos com suas especificidades buscando através de suas potencialidades e habilidades garantir de fato a sua aprendizagem.
Abraços,
Simone